
EDIANE DAL SASSO
Café com Livros




























O PARADOXO DA EXPANSÃO NO ENSINO SUPERIOR: Declínio Da Formação Docente
Por trás da expansão do ensino superior, os números contam uma história diferente.
Apresento os achados do meu novo artigo, que acende um alerta sobre a qualidade dos nossos futuros professores.
Uma conversa necessária sobre o futuro que estamos construindo para a educação no país.

E aí, Cafeinados!
Aqui é a Ediane Dal Sasso, e hoje nosso café vem acompanhado de um mergulho profundo nos bastidores da educação brasileira. Além das resenhas e reflexões que compartilhamos aqui, uma grande parte da minha vida é dedicada à pesquisa acadêmica no doutorado. E é com muito orgulho que venho compartilhar com vocês meu mais novo artigo científico publicado: “O Paradoxo da Expansão no Ensino Superior: Declínio da Formação Docente”.
Nos últimos anos, comemoramos a expansão do ensino superior no país. Mais pessoas têm acesso à universidade, especialmente aos cursos de licenciatura, que formam nossos futuros professores. Mas uma pergunta me inquietava: será que essa expansão em quantidade veio acompanhada de um aumento na qualidade?
Para responder a isso, eu e os pesquisadores, Mário Moraes, Julibio Ardigo e Rafael Tezza, mergulhamos nos dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2011 a 2021, com foco total nos cursos que formam quem vai educar nossas crianças e jovens.
O que encontramos acende um grande sinal de alerta.
Os Principais Achados: Um Raio-X da Formação Docente
Nossa análise revelou um padrão claro e preocupante, que chamei de "paradoxo da expansão". Os dados mostram que o desempenho dos alunos está fortemente associado ao tipo de instituição e à modalidade de ensino (p. 61).
O Abismo entre Público e Privado: As instituições públicas, especialmente as federais, concentram a maior parte dos cursos com desempenho satisfatório no Enade. Já as instituições privadas, por outro lado, apresentam maior concentração de cursos com notas insuficientes (p. 69).
O Fator "Capital Aberto": O ponto mais crítico da nossa análise foi sobre as instituições privadas pertencentes a grandes grupos educacionais listados na Bolsa de Valores. Elas apresentaram a maior concentração de cursos com desempenho insuficiente. Em 2021, impressionantes 80,56% dos seus alunos de licenciatura se formaram em cursos com notas consideradas insuficientes (1 ou 2) (p. 69).
A Realidade da Educação a Distância (EAD): A modalidade EAD, que impulsionou grande parte da expansão, também está consistentemente associada a padrões de desempenho inferiores em comparação aos cursos presenciais (p. 72, 73).
O Risco do Paradoxo: Democratizar o Acesso, Negligenciar a Essência
O que esses números nos dizem? Que a bem-vinda democratização do acesso ao ensino superior pode estar acontecendo ao custo da qualidade da formação. Quando a expansão é guiada por uma lógica de escalabilidade e rentabilidade, a essência da educação pode ficar para trás (p. 73).
Isso impacta diretamente o futuro do nosso país. Um professor com formação deficiente pode comprometer a jornada educacional de centenas de alunos na educação básica (p. 65).
Quer Entender a Fundo? Consulte o Artigo!
Este é um resumo da nossa conversa, mas a pesquisa é cheia de dados, gráficos e análises detalhadas.
Para os Cafeinados que, como eu, acreditam que entender o problema é o primeiro passo para resolvê-lo, deixo o convite para a leitura na íntegra.
Clique aqui para ver o artigo completo: bit.ly/3TJgH4f
Para ver a análise detalhada sobre os grupos de capital aberto, consulte os Gráficos 2 e 3 (p. 70, 71).
Para aprofundar na comparação entre EAD e Presencial, as Tabelas e análises se encontram a partir da página 72.
Nossas considerações finais e o resumo das implicações para políticas públicas estão na página 73.
Adoraria saber a sua opinião. O que você pensa sobre esse paradoxo? Deixe sua reflexão nos comentários!